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MESMO ASSIM


MESMO ASSIM


O que falo já não é poesia
O que sinto
Já não são saudades


Sentimento que chega a ser raiva
De tanto esperar, e esperar na incerteza.

Lembrar o passado?
Até dá gosto
Se não parecesse com o um assunto de circunstância!


Mas se não voltar é desgosto
Uma história que ficou parada
Se o que se almeja não são posses
Escrevo aqui por querer
O tempo leva o que é meu


Sem saber
Lágrimas caiem, mas ninguém vê.
Grito aqui, mas ninguém ouve.
Tudo parece surdo quando falo
De tanto gritar já fiquei mudo perante o mundo

Anilton Levy

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